quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O Princípio Hermético da Vibração

                  
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Nada está parado; tudo se move; tudo vibra
(O Caibalion)

  Este Princípio encerra a verdade que tudo está em movimento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E, contudo, este Princípio hermético foi enunciado há milhares de anos pelos Mestres do antigo Egito. Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração.

  Quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala, como uma nota musical. O som é movimento (compressão e vibração das moléculas causada pelas ondas sonoras). Quanto maior a escala da nota, maior a freqüência (vibração), mais fino (sutil) parecerá, aos nossos ouvidos, o som. O mesmo ocorre com as cores: todas as cores que percebemos são na verdade vibração (ondas), captadas (e filtradas) pelo nosso nervo óptico; o vermelho na escala mais baixa (visível a nós), e o violeta, na mais alta. E não para por aí: a diferença entre a pedra, a água e o ar TAMBÉM é uma questão de vibração (e não estamos falando aqui de esoterismo). Quanto mais denso é um material, mais estável ele é, menor a vibração.

  Por isso na espiritualidade usamos a mesma analogia denso/sutil para representar a evolução/estado do espírito ou das energias que o circundam. Se a veste humana for grosseira como a pedra, o espírito (humano desencarnado) seria como a água, e os “anjos” representariam o ar.

  Diz-se que a vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão grande que ele está praticamente parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada. Por outro lado, na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações são tão vagarosas que também parecem estar paradas. Entre estes pólos existem milhões e milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo e o elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo em movimento vibratório. Isto é verdade nos planos da energia e da força (que também variam em graus de vibração); nos planos mentais (cujos estados dependem das vibrações), e também nos planos espirituais.

  Segundo o Hermetismo, o domínio deste Princípio faculta ao estudante conhecer as suas vibrações mentais, assim como também a dos outros, e favorece até mesmo a conquista dos Fenômenos Naturais, por diversos meios. “Aquele que compreende o Princípio de vibração alcançou o cetro do poder”, disse um escritor antigo. Duvida? Um bom exemplo de aplicação desse Princípio para a conquista do poder pôde ser vista na Grécia, quando o sábio Arquimedes projetou um sistema de espelhos (naquela época feitos de metal polido) para proteção de uma cidade portuária da Grécia. Com eles, os soldados concentrariam a luz do Sol nas velas de navios inimigos, ateando fogo neles. Pra quem não sabe, a concentração de luz (radiação eletromagnética, infravermelha, etc) faz as moléculas do material atingido vibrarem, e o resultado é liberação de calor. A grosso modo, este é o mesmo princípio por trás de coisas hoje banais, como a lâmpada elétrica, outras não tão banais assim, como o micro-ondas, e coisas nada banais, como a bomba atômica.

  Pela vibração podemos descrever o Universo! Isso mesmo, e isso num plano filosófico/científico, aceito (com ressalvas) pela maior parte do mundo acadêmico. No começo eram as partículas… pelo menos era assim que a Física explicava o mundo, até recentemente. E é assim que estudamos a Física nas escolas até hoje. Átomos que se combinam formando um imenso jogo de Lego que representam as formas, o ar, o mar, enfim, o Universo. Enquanto tal modelo funcionava muito bem para descrever a macro realidade (pessoas, planetas, galáxias, etc), ele provou ser falho para estudar o mundo subatômico dos elétrons, prótons e nêutrons. Até hoje ainda usamos duas Teorias para representar o Universo: uma, o macro: a Teoria da Relatividade Geral de Einstein; outra, o micro: a Mecânica Quântica. Estes dois conjuntos de regras são extremamente precisas no seu domínio, mas quando combinadas para descrever algo que envolva algo muito pesado e incrivelmente pequeno (como o momento da Criação do Universo), o que temos é uma pane geral, a “tela azul da morte” para a Física.

  Uma única teoria que descrevesse o Universo seria o “Santo Graal” de qualquer físico. Assim como Hermes postulou, com seu Princípio da correspondência, intuitivamente os homens de ciência também sabem que “O que é em cima é como é embaixo”, e o que explica o movimento dos planetas também deve explicar o átomo. Foi esse sonho da Teoria Unificada que Einstein perseguiu até o fim da vida, sem sucesso.

  Pois bem, um (relativamente) novo conjunto de ideias, chamado “Teoria das Cordas” (Strings theory) se propõe a fazer isso. E, se ela estiver correta, poderá ser um dos maiores sucessos na história da ciência. As grandes mentes do nosso tempo se debruçam sobre essa teoria, em busca de provas empíricas (que provavelmente não encontrarão), mas cientes de que ela explica com elegância e sobriedade desde os elétrons até as galáxias. E a chave para os segredos do Universo reside na afirmação, revolucionária para o mundo científico (mas não para o esotérico), que postula: TUDO NO UNIVERSO OPERA POR VIBRAÇÃO!

  É esse o enredo do excelente documentário da PBS “O Universo Elegante”, baseado no livro homônimo do físico boa-pinta Brian Greene (que por sinal é o “astro” da série), dividida em três partes: Einstein’s Dream; String’s the Thing e Welcome to the 11th Dimention.

  Recomendo veementemente esse documentário a qualquer estudioso de esoterismo, especialmente Hermetismo. Estão disponíveis na internet os vídeos Universo Elegante – Parte 1, Parte 2 e Parte 3, com legendas em Português, numa qualidade razoável, cada arquivo com 120MB em média. Para dar um exemplo de como é esse documentário, vou pegar um trecho do segundo capítulo, que nos explica detalhadamente a teoria:

  Esta elegante nova versão da Teoria das Cordas (Strings theory) parecia capaz de descrever toda a matéria-prima da natureza. Eis como: Dentro de cada grão de areia existem bilhões de pequenos átomos. Cada átomo é feito de ainda mais pequenos pedaços de matéria, elétrons em órbita do núcleo feito de prótons e nêutrons, que ainda são feitos de partículas mais pequenas chamadas quarks. Mas a Teoria das Cordas diz que este não é o fim da linha. Faz a incrível afirmação que as partículas que compõem tudo no Universo são feitas de ingredientes ainda mais pequenos, pequenas vibrantes fibras de energias que se parecem com cordas (strings). Cada uma destas cordas é inimaginavelmente pequena. De fato, se um átomo fosse alargado para o tamanho do Sistema Solar, uma corda apenas seria tão grande quanto uma árvore!

  E aqui está a idéia-chave: Assim como diferentes padrões vibracionais ou frequências duma única corda de violoncelo criam o que ouvimos como diferentes notas musicais, as diferentes formas como as cordas vibram dão às partículas as suas propriedades únicas, como a massa e a carga. Por exemplo, a única diferença entre as partículas que constituem vocês e eu e as partículas que transmitem gravidade e as outras forças, é apenas a forma como estas pequenas cordas vibram. Composto de um enorme número destas oscilantes cordas, o Universo pode ser pensado como uma grande sinfonia cósmica.

  Fantástico, não? E poderíamos emendar isso com o Princípio do Ritmo, mas isso fica pra outro post…

  Eu poderia parar por aqui, mas a Física é um terreno tão fascinante quanto o esoterismo e faço questão de repartir as ideias “malucas” vinda das cabeças mais brilhantes que a humanidade já produziu: A Teoria das cordas, pra funcionar, precisa obrigatoriamente de 11 dimensões. Isso trouxe uma grande complicação ao mundo científico sobre como elas atuam nessas dimensões extras. Apenas nos anos 90 a teoria foi reformulada e renomeada pra Teoria-M, que traz em seu bojo a idéia de que as cordas não são exatamente cilíndricas (como cordas), mas sim Branas (de membrana), objetos estendidos em variadas dimensões. De acordo com a “Teoria-M heterótica”, o nosso Universo caberia, com TUDO o que tem dentro, numa Brana quadrimensional (altura, largura, profundidade e o tempo) flutuando numa quinta dimensão, tão grande que os físicos a chamam de “imensidão” (bulk). Visto dessa quinta dimensão, nosso Universo parecerá uma folha de papel esticada e, se estas ideias estiverem corretas, a “imensidão” deve conter outras “folhas”, outros Universos, que podem estar até mesmo ao lado do nosso (a menos de um milímetro!), constituindo, de fato, Universos paralelos. Alguns deles poderiam ser parecidos com o nosso Universo, com suas próprias dimensões, com matéria e planetas e, quem sabe, talvez até seres de algum tipo. Outros certamente seriam muito estranhos, e podem ter por base leis da física completamente diferentes.

O Universo Numa Fatia de Pão

  É como estar preso na Zona Fantasma: um Universo à parte, dentro de um outro ainda maior! Mas, se isto for verdade, por que não os vemos nem os tocamos? Porque quase nada escapa da nossa Brana!! É como se fôssemos seres tridimensionais presos numa superfície bidimensional, como o General Zod na Zona Fantasma, e talvez, só talvez, uma explosão nuclear no espaço nos liberte…

  Er… ignorem o momento nerd acima; bem, como dizia, nem a luz nem a matéria conseguem sair da Brana, apenas a gravidade é que (teoricamente) pode escapar pra outra Brana que esteja bem próxima, e é aí que os cientistas pretendem (um dia) provar a teoria na prática. É uma idéia muito poderosa porque, se estiver certa, significa que toda a nossa imagem do Universo fica obstruída pelo fato de estarmos presos numa pequena fatia de um espaço com mais dimensões.

  Interessante, não? Se esse texto não tivesse vindo de físicos sérios (não estou falando de canalizações ou Quiropráticos) provavelmente os detratores diriam que é uma nova religião, uma nova Cientologia. Devido à natureza extremamente microscópica das Cordas (nunca vistas, apenas teorizadas) alguns cientistas ficam relutantes em admitir o caráter científico destas ideias, mas mesmo eles reconhecem que a explicação é bastante convincente diante dos bizarros modelos matemáticos com os quais esses cientistas lidam em seus experimentos. Por exemplo, a Matéria Escura, que é perfeitamente verificável, mas totalmente invisível, poderia ser elegantemente explicada como resultado da influência gravitacional da matéria de OUTRA Brana (Universo), paralela à nossa. Até mesmo o Big Bang poderia ser explicado como o choque de duas Branas.

  Enquanto na Física alguém postula uma teoria enquanto toma banho ou almoça, vai ao quadro-negro, prova matematicamente que ela é consistente com os modelos de descrição do Universo e entra pra história, no esoterismo é bem mais difícil (ou impossível) provar alguma teoria, porque nem sempre se lida com a realidade, e sim com valores morais e espirituais, mas nem por isso vamos ignorar as ideias advindas desse ramo. Veremos agora um trecho do livro espírita Na Próxima Dimensão, escrito por Carlos Baccelli e Inácio Ferreira em 2002, que tem tudo a ver com o tema:

  Temos que reencarnar melhor preparados e conscientes, sobretudo conscientes de que o tempo no corpo passa depressa e não vale a pena nos entregarmos à ilusão; até aproximadamente os 40 de idade, o homem soma: saúde, prazeres, aquisições; depois dos 40, começa a subtrair em sentido inverso… Com a evolução tecnológica e a velocidade do pensamento, a existência humana vem se tomando vertiginosa; um século contínua tendo 100 anos, mas 1 dia parece não ter mais o mesmo número de horas…
A mente do homem está encurtando o seu tempo de permanência no corpo: a expectativa de vida tem aumentado significativamente, mas o tempo mental da criatura encarnada está diminuindo progressivamente…

 – Com a palavra os físicos, para melhor explicarem tal fenômeno de encurtamento do tempo interior – acentuei. – A continuar assim, dentro de mais alguns séculos, o homem será chamado a modificar a sua medida-padrão de tempo; à proporção em que a vida se espiritualiza na Terra, o tempo se desmaterializa, ou seja: quanto mais o homem se absorve interiormente, mais as coisas de fora deixam de se lhe constituir em ponto de referência…
Por este motivo, quando nos dirigimos aos nossos irmãos encarnados, habitualmente o fazemos sem noção de relógio e de calendário, pois a vida além da morte é apenas uma questão de aceleração das partículas que constituem o espaço em que nos movimentamos no novo corpo que nos abriga… a dimensão espiritual é caracterizada por uma velocidade e, consequentemente, por um espaço geográfico; a diferença de velocidade faz com que duas dimensões espaciais coexistam, ou seja, se interpenetrem; isto modifica antigas concepções da Física, que, é bem provável, venha, em tempo mais curto que o esperado, colocar a questão da sobrevivência da alma numa equação matemática…
Futuramente, a Religião do homem será a Ciência, que, por sua vez, se lhe constituirá na mais legítima manifestação de Fé!

  Acredito nesta última frase, mas o dia do casamento da Fé com a Ciência ainda está longe, pois o esoterismo ainda está cheio de misticismo, muitos véus que serviam para ocultar dos não iniciados as grandes verdades, mas que hoje só servem para nublar nossa percepção… É ainda a herança dos tempos malditos onde as pessoas eram condenadas por saber demais. Até que o joio seja efetivamente separado do trigo, ainda teremos a Ciência de um lado, e a Religião/Fé/Esoterismo do outro. As duas continuarão boas amigas, eventualmente rolará um sexo sem compromisso, mas tudo escondido da família da Ciência, que é muito tradicional e preconceituosa.

  As coisas não são o que parecem ser. Nem são qualquer outra coisa.
(Buda, no Lankavatara Sutra)

Acid0 - Project Mayhem - Saindo da Matrix/ Teoria da Conspiração-http://www.deldebbio.com.br/2016/11/08/o-principio-hermetico-da-vibracao/#more-21522 

   Rayom Ra 
 https://dimensional-r.blogspot.co

domingo, 29 de maio de 2016

A Criação do Sistema Solar



  Cientistas de modo geral são céticos quanto à existência de um Criador. Embora a lógica ateísta de algumas teses das ciências materiais possa ser asseverada por leis físicas e demonstrada matematicamente é tudo muito limitado e questionável, devido ao fato de o homem nada inventar, mas unicamente redescobrir e transformar. O enquadramento de fenômenos naturais dentro de situações previsíveis ou a aplicação de leis físicas para o utilitarismo, somente vêm reforçar que a natureza é inteligente. O homem trabalha a matéria e dela obtém outros recursos, mas não cria leis para suas transformações: se apropria das leis existentes na natureza e as dirige para seus objetivos na medida de suas investigações.

  A questão do evolucionismo por geração espontânea após o big-bang parece ao esotérico uma incrível ingenuidade da mente científica de nossos dias. É só comparável às interpretações de nativos acerca da existência do universo e fenômenos da natureza. Aliás, os nativos, em suas primitivas crenças, sempre acreditaram num criador, não importando a forma como o descreviam, ao contrário da mente científica que se julga soberana pela tecnologia até agora desenvolvida. Entretanto, vemos que essa posição antes com ares de absolutismos, dia a dia se enfraquece.

  O mundo cansou-se de atestar erros avaliativos de cientistas cujas arrogantes declarações somente causaram ora medo, ora preocupações ou falsas expectativas do desvendamento definitivo de certos enigmas da existência humana. Da mesma forma, religiões assoberbaram-se da sabedoria. Fanáticos criaram crenças e movimentos pseudo verdadeiros, ou divulgaram profecias sobre um final do mundo que não aconteceu.

  Essa volúpia pelo reconhecimento popular jamais guiou a expressão do pensamento de verdadeiros esotéricos, mesmo porque a filosofia de suas investigações e ensinamentos nunca foi aberta indiscriminadamente. E aqueles que se aventuraram ao longo da história a pregar ao mundo certas verdades universais para a libertação das várias algemas terrenas, foram sistematicamente anatematizados, calados à força ou mortos pelos poderosos a quem não interessava a liberdade do pensamento.

  O esotérico cultua o conhecimento investigativo de uma sabedoria tão antiga que se perde nos anais do tempo terreno. E, principalmente, trabalha com afinco para a evolução planetária e de seus habitantes. O próprio pensamento científico de todas as áreas foi trabalhado desde os seus primórdios pelos homens devotados ao esoterismo.

  O termo esotérico é proveniente de esotéricos, palavra grega que significa interno, oculto. Essa terminologia é aplicada genericamente ao praticante das artes místicas, mas principalmente àquele que se dedica a vivenciar as verdades do ocultismo. O esoterismo, portanto, se interioriza na investigação, conhecimento e prática das ciências ocultas. Mas o esotérico é também um estudioso das ciências materiais, por isso achamos adequado dizer em poucas palavras que esoterismo são apropriações do oculto através de estudos e práticas iniciáticas, e em certo grau de consequentes relações com o mundo objetivo.

  Há várias conceituações sobre a criação do universo. O conhecimento humano de Deus e Seus propósitos para nosso sistema solar são tão elevados e incompreensíveis que na atualidade, por mais que nos esforcemos por entendê-los, atingiremos unicamente ínfima parcela dessa realidade. A sabedoria da criação é somente detida pelo esotérico em pequenas porções, segundo sua evolução mental e espiritual. O cérebro humano jamais poderá armazenar todas as informações sobre Deus, porque é feito de matéria condicionada ao espaço-tempo e Deus é infinito e transcendente a tudo.

  Há muitas inteligências obrando no sistema solar constituindo hierarquias. Esse é um dos motivos pelo qual existem interpretações diversas sobre Deus e Sua obra, pois quando representantes dessas hierarquias superiores, que nada têm a ver com a evolução da humanidade terrena - senão a intenção de ajudar ‑ se põem a esclarecer, surgem controvérsias. As hierarquias próximas de nosso mundo, por vigiar-nos mais de perto e conhecer melhor nossas dificuldades e caminhos percorridos, passam-nos com maior frequência informações e conhecimentos esotéricos não disponíveis ainda às fontes histórico-científicas, e mais apropriados a nossa pequena evolução.

  Podemos inicialmente dizer que toda e qualquer especulação acerca de Deus é inútil se não procurar-se antes entender alguns aspectos externos de Sua obra. Ainda que a fração do conhecimento esotérico da criação possa parecer grande, ela é mínima ao nosso atual estágio evolutivo. Mesmo grandes mestres da estatura espiritual de Cristo, Buda ou Jesus têm conhecimentos limitados, embora esses conhecimentos nos pareçam infinitos.

  Alice Bailey traz as seguintes definições sobre os princípios criadores:

  “Há um Ilimitado e Imutável Princípio: uma Realidade Absoluta que antecede todo o Ser condicionado em manifestação. Está além do limite e alcance de qualquer pensamento ou expressão humanos. O Universo manifestado está contido nesta Absoluta realidade e representa um símbolo condicionado Dela. Na totalidade deste Universo manifestado, três aspectos são concebidos:
  1. O Primeiro Logos Cósmico, impessoal e imanifesto, o precursor do Manifestado.
  2. O Segundo Logos Cósmico, Espírito-Matéria, Vida, o Espírito do Universo.
  3.  O Terceiro Logos Cósmico, Ideação Cósmica, a Alma Mundi Universal.”
     
  Destes três princípios básicos criativos, em sucessivas graduações, emana uma sequência ordenada de inúmeros Universos que compreendem astros manifestados e sistemas solares.
  Cada sistema solar é a manifestação da energia e vida de uma grande Existência Cósmica, a Quem chamamos, na falta de melhor definição, um Logos Solar.
  Este Logos Solar encarna ou vem à manifestação através de um sistema solar. Este sistema solar é o corpo, ou forma, desta Vida cósmica, sendo ele próprio tríplice.
  Este tríplice sistema solar pode ser descrito em termos de três aspectos ou de três Pessoas (como a teologia cristã costuma estabelecer)”.

  Religiões esotéricas como o budismo e o taoísmo, por exemplo, não se prendem muito a explicar sobre um Criador como acontece com as religiões monoteístas. Na verdade, preferem não estimular muito essa questão, mas trazer ao homem métodos do despertar nele de sua própria divindade. O budismo, neste particular, não reafirma a presença de um deus único e criador, antes fala de vários outros deuses criadores. Entendemos esta referência não de maneira total e radical, pois o conhecimento milenar bramânico, precedente ao budismo, fala de um Criador absoluto, inabordável, plasmador de tudo o que o universo contém, chamado Brahman. Sobre isto, Helena Petrovna Blavatski nos traz a seguinte definição:

 “Brahman ou Brahma, é o impessoal, supremo e incognoscível Princípio do Universo, de cuja essência tudo emana e a qual tudo retorna. É incorpóreo, imaterial, inato, eterno, sem começo nem fim. É onipresente, onipenetrante, anima desde o deus mais portentoso até o mais diminuto átomo mineral.”

“Brahmâ, é o Deus criador masculino, que existe só periodicamente em sua manifestação e logo entra de novo em pralaya, isto é, desaparece e é aniquilado. Desaparece e volta a Brahma do qual procedeu.”

“Brahmâ, masculino, com o final largo (â), é o Deus ou Princípio Criador do universo, ou em outras palavras, é a personificação temporal do poder criador de Brahma (Brahman).”

  Pralaya, entre os indus, é um período de repouso, ou de não atividade externa entre duas manifestações de um universo. Ou seja, um universo se manifesta durante certo e longuíssimo período, depois se recolhe em pralaya, cessando todas as suas atividades externas, desaparecendo da manifestação. Após um período em pralaya o universo volta a se manifestar. A manifestação de um universo é denominada pelo esoterismo indu de manvantara. Há manvantaras de diversas magnitudes, caracterizados em manvantaras maiores e menores como há os pralayas respectivos aos manvantaras. O sistema solar é um destes universos que vive seus pralayas.  

  Os budistas foram através dos tempos melhor se organizando em suas doutrinas. Vejamos o que continua a nos dizer HPB:

  “Buddhismo ou budismo. É a filosofia religiosa ensinada por Gautama Buda. O budismo está atualmente dividido em duas igrejas distintas: a do sul e a do norte. Diz-se que a primeira é a forma mais pura, por haver conservado mais religiosamente as doutrinas originais do Senhor Buda. É a religião do Ceilão (Sri Lanka), Sião (Tailândia), Birmânia (Mianmar) e outros países, ainda que o budismo do norte se ache limitado ao Tibet, China e Nepal...”

  Desse modo, tudo o que Buda possa ter passado oralmente aos seus iniciados hoje se transformou em doutrina. Se os budistas pregam a existência de vários deuses solares ou forças criadoras, nisto fica subentendido, na atual nomenclatura, as hierarquias criadoras. E é desta maneira que o moderno esoterismo se refere aos antigos deuses, pois o trabalho construtor de nosso sistema solar e sua manutenção são de responsabilidades de hierarquias.

  Sem dúvida que os deuses criadores constituem as hierarquias que no passado se ocuparam em trabalhar em prol da criação do sistema solar e de sua evolução. E continuam em seus trabalhos. Já a Bíblia, conforme vimos na primeira parte desta obra, no capítulo do Gênesis, vem destacar logo ao seu início a presença dos Elohim, ‑ plural de Eloha, ‑ portanto, deuses. Essa realidade em nosso sistema solar não independe de e nem descarta a possibilidade de um Deus Superior ‑ como o Brahman indu ‑ a Presença Onipotente e Onipresente de Quem tudo emana.

  Outros universos existem ‑ ao que sabemos pelo menos sete grandes universos contendo inúmeros universos menores - e além dos sete universos, há novos em formação.  Outros deuses criadores também existem com idênticas atribuições as de Brahmâ.

  Mas voltando às origens de nosso sistema solar, entendemos a manifestação de um Logos Criador como sendo o Brahmâ masculino indu, uma personificação do Imanifesto Brahman, que o idealizou através de Sua projeção. Imaginamos que do Seu véu de existência Brahman modelou uma idéia, como a um Deus Etéreo, e a fez projetar-se a fim de criar e vivificar o Logos com princípios inteligentes e perfeitos para edificar no espaço-tempo um novo sistema solar.

  E por que deveria um novo sistema solar vir à existência neste nosso universo (ou super universo) em que nossa galáxia é tão somente uma em milhões? Quanto a isto estamos longe de saber, mas o fato de certa maneira nos desperta também reflexões acerca de ulteriores evoluções de deuses e hierarquias a cada avanço dos universos, que, nas suas construções, condensam estados dimensionais ainda superiores as dimensões de nosso sistema solar. 

  Temos então o Incorpóreo, o Criador masculino Brahmâ, chamado Logos Criador ou Primeiro Logos, trazendo concretamente o sistema solar à existência através de duas manifestações objetivas, chamadas no esoterismo de Segundo e Terceiro Logos. Imaginamos que do Primeiro Logos emanou o Segundo e do Segundo emanou o Terceiro. Entretanto, esse desdobramento pode não ter tido uma seqüência pausada e ordenada dessa maneira, pois tanto o Segundo como o Terceiro Logos possam se ter manifestado simultaneamente e cremos de fato que foi assim.

  Costuma-se dizer que a criação não teve começo nem terá fim. Bem, digamos que essa frase resuma nossa incapacidade de entender o universo. Mas o sistema solar foi uma necessidade em meio às miríades de tantas outras criações, vindo à existência objetiva numa determinada faixa vibratória do tempo, numa porção espaço-matéria.

  Há bilhões de sistemas solares surgidos em galáxias de tantas nebulosas. O grande manvantara ou grande manifestação do macro-universo continua em expansão. Para melhor nos situar estabeleçamos que os sete grandes universos que englobam inumeráveis outros universos menores, existam num só universo maior como resultado de uma só ideação de um inabordável Criador. Essa ideação que a tudo envolve, penetra, absorve e se expande, seja por nós chamado de macro-universo, existindo num contexto objetivo e subjetivo de manifestação. Ao nosso universo como sendo um dos sete grandes universos, contendo muitas nebulosas com bilhões de galáxias e sistemas solares (imaginamos), chamaremos de super-universo; à nossa galáxia, com seus sistemas solares, onde o nosso se acha incluído, chamaremos simplesmente de universo.  E o grande círculo de existência aonde vivemos, nos movemos e temos nosso ser, chamaremos eventualmente de universo de nosso sistema solar.

  Nosso sistema solar, portanto, precisou vir à manifestação onde a galáxia chamada via-láctea existiria. O Logos Solar ao manifestar-se já encontrou um tipo de matéria nesse universo objetivo, começando imediatamente nela trabalhar pela ação de seu terceiro aspecto chamado de Mente Universal.

  Os indus chamam de mulaprakriti a matéria que deu origem ao sistema solar. No ocidente ela é chamada, dentre tantos outros nomes, de matéria primordial, matéria pregenética, aether, ou matéria raiz, sendo a mesma encontrada pelo Logos em estado de caos, ou seja, em repouso, indiferenciada, não ordenada, mas com todos os princípios de efetiva produtividade e transformação latentes.

  A origem dessa matéria é somente suspeitada pelos ocultistas, pois se admite que ela se tenha originado do véu de Brahman que interpenetra o super-universo. Num determinado momento de Sua existência, Brahman modificaria a contextura de Sua matéria em tais e imensuráveis proporções que ela pudesse ser utilizada na construção de novos universos e sistemas solares. Algo inimaginável tanto em volume quanto na Ideação.

  Ao encontrar essa matéria primordial disponível, o Terceiro Logos ou Mente Universal delimitou o campo de sua atividade expandindo Sua consciência num determinado espaço-matéria, produzindo o que se convencionou chamar de o Grande Círculo de Sua Existência. Vejamos o que nos passa Arthur E. Powell:

  “Podemos ilustrar este processo preparatório por meio de duas séries de símbolos: um que mostra a tríplice manifestação da consciência do Logos, e outro, o triplo câmbio na matéria em correspondência com o triplo câmbio de consciência.
Tomamos inicialmente a manifestação da consciência uma vez que o lugar do universo fora demarcado:

  1. O Logos mesmo aparece como um ponto no centro da esfera (ou círculo).

  2. O Logos avança desde o ponto em três direções até a circunferência ou círculo de matéria (formando um tripé de segmentos eqüidistantes).

  3. A consciência do Logos volta sobre si mesma, manifestando-se em cada ponto de contato com o círculo, um dos três aspectos fundamentais da consciência, conhecidos como vontade-sabedoria-atividade, ou com outros términos. Este triângulo, junto com os três formados pelas linhas traçadas pelo ponto, produz a divina tétrade, chamada às vezes o Quaternário Cósmico.

  Tomando agora os câmbios produzidos na matéria universal em correspondência com as manifestações da consciência, temos na esfera de substância primordial, a matéria virgem do espaço.

  1. O Logos aparece como um ponto irradiando a esfera da matéria (de novo o círculo com o ponto no centro).

  2. O ponto vibrando entre o centro e a circunferência, trazendo assim a linha que marca a separação entre espírito e matéria (uma linha traçada horizontalmente saída do ponto nas direções direita e esquerda medindo o diâmetro do círculo).

  3. O ponto com a linha que gira com o mesmo, vibrando em ângulo reto com a anterior vibração, formando a cruz primordial dentro do círculo (a cruz perfeita).

  Assim se diz que a cruz procede do Pai (o ponto) e do Filho (o diâmetro). Representa o Terceiro Logos, a Mente Criadora, a Atividade Divina disposta para manifestar-nos como Criador.”

  Portanto, o terceiro aspecto do Logos, o Espírito Santo, tirou a matéria de seu repouso e estabilidade agindo através dos três atributos que na própria matéria pregenética já existiam, quais sejam: inércia (tamas), movimento (rajas) e ritmo (sattva). Esse estado da matéria original, antes que o Logos nela trabalhasse, e de alguma maneira tendo sofrido a ação do próprio Deus universal Brahman, detinha condições tais que seus átomos pudessem ser especialmente ativados.

  No estado evolutivo em que a humanidade terrena se encontra, é realmente impossível saber-se com exatidão quais são os objetivos do Criador ao trazer a existência tantas coisas soberbas. O esotérico de iniciações menores sabe muito pouco a este respeito, mas entende a necessidade de trabalhar sob seguras instruções de Adeptos ou Mestres do Conhecimento a fim de auxiliar todo o planeta no seu desenvolvimento. Este trabalho realizado conscientemente com a aplicação correta das energias a cada situação, e no que tange à participação humana, propicia melhores condições de o Grande Plano da Criação ser mais bem conduzido.

  Ao mesmo tempo em que trabalha como operário desse Plano, o esotérico aprende, desenvolve sua consciência e vai gradativamente despertando uma visão interior mais clara de tudo o que o rodeia e ao que interpenetra ao processo evolutivo. Deste modo evolui, passando de um ser humano comum acostumado a analisar primeiramente com o cérebro tridimensional, para aspirante ou iniciado aos mistérios em que se vê instado, antes de tudo, a usar à intuição e ao pensamento abstrato.

  Nesta nova proposta é necessário ao estudante procurar entender que aquilo que particularmente vê nas modificações das formas físicas e na continuidade dessas modificações, consequentemente nas transformações gerais dos reinos mineral, vegetal, animal e humano, são efeitos e não causas. Se assim for perseverante nas observações, e tendo usado de seguidas reflexões, logo perceberá claramente o mecanismo gerador dos efeitos inerente às formas e forças globais da natureza.

  Esse mecanismo atuante e transformador da Vida em todos os reinos conduz os impulsos, acertos e correções para a totalidade das espécies e organismos vivos. Nada escapa dessa regência planetária, mesmo porque ela é um segmento da ação de um mecanismo ainda maior, incrivelmente abarcante, que contém o círculo de existência do sistema solar.

  As interpretações de situações cármicas entre alguns esotéricos não escapam ao engano ao analisar, principalmente, o particular excluído do todo que é a Vida na sua totalidade. Efeitos cármicos são comumente associados às faltas cometidas contra as leis da natureza, gerando com isso, exclusivamente, relações punitivas. A aplicação dos princípios dessa lei é, no entanto, muito mais abarcante, pois começa nos primórdios da criação do próprio sistema solar. Há na imanente e transcendente Vida o indissociado impulso volitivo divino da evolução, manifestado através de todos os fatores condicionantes às miríades de vidas menores. Isso vale tanto para um microscópico verme, um elefante, uma floresta, uma rocha, ou para multidões de seres humanos que se acotovelam nas ruas de grandes metrópoles. Enfim, todas as vidas menores encontradas no planeta são também formas em evolução emanadas de uma só Vida (a Criação como princípio infinito), quer sejam essas vidas estruturas moleculares simples quer organismos complexos. Nessa idéia, podemos inicialmente afirmar que a totalidade da matéria diferenciada em pequenas vidas manifestadas no sistema solar, está condicionada a exercer o processo evolutivo até um estágio futuro que foge de nossas atuais conjeturas, sem que a lei da evolução processe modificações na imanente consciência do próprio Logos. Pois é a consciência do Logos que impulsiona as múltiplas vidas e formas materiais do seu próprio corpo solar a adquirir experiências e não o oposto.  Isso também nos habilita dizer que o Logos ou Deus Solar transcende a tudo, e nada existe que não esteja em Sua consciência. Como tal, o Grande Plano da Criação na Mente do Logos está perfeitamente alinhado e pré-determinado a desenvolver toda a sua potencialidade em etapas de um longuíssimo futuro, conforme idealizado desde a sua concepção numa dimensão fora do espaço-tempo.

  Capítulo X do livro “O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação”, por Rayom Ra, disponível para leitura em [Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd].

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