Nada está parado;
tudo se move; tudo vibra
(O Caibalion)
Este Princípio encerra a verdade que tudo
está em movimento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna
observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E, contudo,
este Princípio hermético foi enunciado há milhares de anos pelos Mestres do
antigo Egito. Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas
manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens
variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais
grosseira da Matéria, tudo está em vibração.
Quanto mais elevada for a vibração, tanto
mais elevada será a posição na escala, como uma nota musical. O som é movimento
(compressão e vibração das moléculas causada pelas ondas sonoras). Quanto maior
a escala da nota, maior a freqüência (vibração), mais fino (sutil) parecerá,
aos nossos ouvidos, o som. O mesmo ocorre com as cores: todas as cores que
percebemos são na verdade vibração (ondas), captadas (e filtradas) pelo nosso
nervo óptico; o vermelho na escala mais baixa (visível a nós), e o violeta, na
mais alta. E não para por aí: a diferença entre a pedra, a água e o ar TAMBÉM é
uma questão de vibração (e não estamos falando aqui de esoterismo). Quanto mais
denso é um material, mais estável ele é, menor a vibração.
Por isso na espiritualidade usamos a mesma
analogia denso/sutil para representar a evolução/estado do espírito ou das
energias que o circundam. Se a veste humana for grosseira como a pedra, o
espírito (humano desencarnado) seria como a água, e os “anjos” representariam o
ar.
Diz-se que a vibração do Espírito é de uma
intensidade e rapidez tão grande que ele está praticamente parado, como uma
roda que se move muito rapidamente parece estar parada. Por outro lado, na
extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria, cujas vibrações
são tão vagarosas que também parecem estar paradas. Entre estes pólos existem
milhões e milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo e o
elétron, desde o átomo e a molécula, até os mundos e universos, tudo em
movimento vibratório. Isto é verdade nos planos da energia e da força (que
também variam em graus de vibração); nos planos mentais (cujos estados dependem
das vibrações), e também nos planos espirituais.
Segundo o Hermetismo, o domínio deste
Princípio faculta ao estudante conhecer as suas vibrações mentais, assim como
também a dos outros, e favorece até mesmo a conquista dos Fenômenos Naturais,
por diversos meios. “Aquele que compreende o Princípio de vibração alcançou o
cetro do poder”, disse um escritor antigo. Duvida? Um bom exemplo de aplicação
desse Princípio para a conquista do poder pôde ser vista na Grécia, quando o
sábio Arquimedes projetou um sistema de espelhos (naquela época feitos de metal
polido) para proteção de uma cidade portuária da Grécia. Com eles, os soldados concentrariam
a luz do Sol nas velas de navios inimigos, ateando fogo neles. Pra quem não
sabe, a concentração de luz (radiação eletromagnética, infravermelha, etc) faz
as moléculas do material atingido vibrarem, e o resultado é liberação de calor.
A grosso modo, este é o mesmo princípio por trás de coisas hoje banais, como a
lâmpada elétrica, outras não tão banais assim, como o micro-ondas, e coisas
nada banais, como a bomba atômica.
Pela vibração podemos descrever o Universo!
Isso mesmo, e isso num plano filosófico/científico, aceito (com ressalvas) pela
maior parte do mundo acadêmico. No começo eram as partículas… pelo menos era
assim que a Física explicava o mundo, até recentemente. E é assim que estudamos
a Física nas escolas até hoje. Átomos que se combinam formando um imenso jogo
de Lego que representam as formas, o ar, o mar, enfim, o Universo. Enquanto tal
modelo funcionava muito bem para descrever a macro realidade (pessoas,
planetas, galáxias, etc), ele provou ser falho para estudar o mundo subatômico
dos elétrons, prótons e nêutrons. Até hoje ainda usamos duas Teorias para
representar o Universo: uma, o macro: a Teoria da Relatividade Geral de
Einstein; outra, o micro: a Mecânica Quântica. Estes dois conjuntos de regras
são extremamente precisas no seu domínio, mas quando combinadas para descrever
algo que envolva algo muito pesado e incrivelmente pequeno (como o momento da
Criação do Universo), o que temos é uma pane geral, a “tela azul da morte” para
a Física.
Uma única teoria que descrevesse o Universo
seria o “Santo Graal” de qualquer físico. Assim como Hermes postulou, com seu
Princípio da correspondência, intuitivamente os homens de ciência também sabem
que “O que é em cima é como é embaixo”, e o que explica o movimento dos
planetas também deve explicar o átomo. Foi esse sonho da Teoria Unificada que
Einstein perseguiu até o fim da vida, sem sucesso.
Pois bem, um (relativamente) novo conjunto de
ideias, chamado “Teoria das Cordas” (Strings theory) se propõe a fazer isso. E,
se ela estiver correta, poderá ser um dos maiores sucessos na história da
ciência. As grandes mentes do nosso tempo se debruçam sobre essa teoria, em
busca de provas empíricas (que provavelmente não encontrarão), mas cientes de
que ela explica com elegância e sobriedade desde os elétrons até as galáxias. E
a chave para os segredos do Universo reside na afirmação, revolucionária para o
mundo científico (mas não para o esotérico), que postula: TUDO NO UNIVERSO
OPERA POR VIBRAÇÃO!
É esse o enredo do excelente documentário da
PBS “O Universo Elegante”, baseado no livro homônimo do físico boa-pinta Brian
Greene (que por sinal é o “astro” da série), dividida em três partes:
Einstein’s Dream; String’s the Thing e Welcome to the 11th Dimention.
Recomendo veementemente esse documentário a
qualquer estudioso de esoterismo, especialmente Hermetismo. Estão disponíveis
na internet os vídeos Universo Elegante – Parte 1, Parte 2 e Parte 3, com
legendas em Português, numa qualidade razoável, cada arquivo com 120MB em
média. Para dar um exemplo de como é esse documentário, vou pegar um trecho do
segundo capítulo, que nos explica detalhadamente a teoria:
Esta elegante nova versão da Teoria das
Cordas (Strings theory) parecia capaz de descrever toda a matéria-prima da
natureza. Eis como: Dentro de cada grão de areia existem bilhões de pequenos
átomos. Cada átomo é feito de ainda mais pequenos pedaços de matéria, elétrons
em órbita do núcleo feito de prótons e nêutrons, que ainda são feitos de
partículas mais pequenas chamadas quarks. Mas a Teoria das Cordas diz que este
não é o fim da linha. Faz a incrível afirmação que as partículas que compõem
tudo no Universo são feitas de ingredientes ainda mais pequenos, pequenas
vibrantes fibras de energias que se parecem com cordas (strings). Cada uma destas
cordas é inimaginavelmente pequena. De fato, se um átomo fosse alargado para o
tamanho do Sistema Solar, uma corda apenas seria tão grande quanto uma árvore!
E aqui está a idéia-chave: Assim como
diferentes padrões vibracionais ou frequências duma única corda de violoncelo
criam o que ouvimos como diferentes notas musicais, as diferentes formas como
as cordas vibram dão às partículas as suas propriedades únicas, como a massa e
a carga. Por exemplo, a única diferença entre as partículas que constituem vocês
e eu e as partículas que transmitem gravidade e as outras forças, é apenas a
forma como estas pequenas cordas vibram. Composto de um enorme número destas
oscilantes cordas, o Universo pode ser pensado como uma grande sinfonia
cósmica.
Fantástico, não? E poderíamos emendar isso
com o Princípio do Ritmo, mas isso fica pra outro post…
Eu poderia parar por aqui, mas a Física é um
terreno tão fascinante quanto o esoterismo e faço questão de repartir as ideias
“malucas” vinda das cabeças mais brilhantes que a humanidade já produziu: A
Teoria das cordas, pra funcionar, precisa obrigatoriamente de 11 dimensões.
Isso trouxe uma grande complicação ao mundo científico sobre como elas atuam
nessas dimensões extras. Apenas nos anos 90 a teoria foi reformulada e renomeada
pra Teoria-M, que traz em seu bojo a idéia de que as cordas não são exatamente
cilíndricas (como cordas), mas sim Branas (de membrana), objetos estendidos em
variadas dimensões. De acordo com a “Teoria-M heterótica”, o nosso Universo
caberia, com TUDO o que tem dentro, numa Brana quadrimensional (altura,
largura, profundidade e o tempo) flutuando numa quinta dimensão, tão grande que
os físicos a chamam de “imensidão” (bulk). Visto dessa quinta dimensão, nosso
Universo parecerá uma folha de papel esticada e, se estas ideias estiverem
corretas, a “imensidão” deve conter outras “folhas”, outros Universos, que
podem estar até mesmo ao lado do nosso (a menos de um milímetro!),
constituindo, de fato, Universos paralelos. Alguns deles poderiam ser parecidos
com o nosso Universo, com suas próprias dimensões, com matéria e planetas e,
quem sabe, talvez até seres de algum tipo. Outros certamente seriam muito
estranhos, e podem ter por base leis da física completamente diferentes.
O Universo Numa Fatia
de Pão
É como estar preso na Zona Fantasma: um
Universo à parte, dentro de um outro ainda maior! Mas, se isto for verdade, por
que não os vemos nem os tocamos? Porque quase nada escapa da nossa Brana!! É
como se fôssemos seres tridimensionais presos numa superfície bidimensional,
como o General Zod na Zona Fantasma, e talvez, só talvez, uma explosão nuclear
no espaço nos liberte…
Er… ignorem o momento nerd acima; bem, como
dizia, nem a luz nem a matéria conseguem sair da Brana, apenas a gravidade é
que (teoricamente) pode escapar pra outra Brana que esteja bem próxima, e é aí
que os cientistas pretendem (um dia) provar a teoria na prática. É uma idéia
muito poderosa porque, se estiver certa, significa que toda a nossa imagem do
Universo fica obstruída pelo fato de estarmos presos numa pequena fatia de um
espaço com mais dimensões.
Interessante, não? Se esse texto não tivesse
vindo de físicos sérios (não estou falando de canalizações ou Quiropráticos)
provavelmente os detratores diriam que é uma nova religião, uma nova
Cientologia. Devido à natureza extremamente microscópica das Cordas (nunca
vistas, apenas teorizadas) alguns cientistas ficam relutantes em admitir o
caráter científico destas ideias, mas mesmo eles reconhecem que a explicação é
bastante convincente diante dos bizarros modelos matemáticos com os quais esses
cientistas lidam em seus experimentos. Por exemplo, a Matéria Escura, que é
perfeitamente verificável, mas totalmente invisível, poderia ser elegantemente
explicada como resultado da influência gravitacional da matéria de OUTRA Brana
(Universo), paralela à nossa. Até mesmo o Big Bang poderia ser explicado como o
choque de duas Branas.
Enquanto na Física alguém postula uma teoria
enquanto toma banho ou almoça, vai ao quadro-negro, prova matematicamente que
ela é consistente com os modelos de descrição do Universo e entra pra história,
no esoterismo é bem mais difícil (ou impossível) provar alguma teoria, porque
nem sempre se lida com a realidade, e sim com valores morais e espirituais, mas
nem por isso vamos ignorar as ideias advindas desse ramo. Veremos agora um
trecho do livro espírita Na Próxima Dimensão, escrito por Carlos Baccelli e
Inácio Ferreira em 2002, que tem tudo a ver com o tema:
Temos que reencarnar melhor preparados e
conscientes, sobretudo conscientes de que o tempo no corpo passa depressa e não
vale a pena nos entregarmos à ilusão; até aproximadamente os 40 de idade, o
homem soma: saúde, prazeres, aquisições; depois dos 40, começa a subtrair em
sentido inverso… Com a evolução tecnológica e a velocidade do pensamento, a
existência humana vem se tomando vertiginosa; um século contínua tendo 100
anos, mas 1 dia parece não ter mais o mesmo número de horas…
A mente do homem está
encurtando o seu tempo de permanência no corpo: a expectativa de vida tem
aumentado significativamente, mas o tempo mental da criatura encarnada está
diminuindo progressivamente…
– Com a palavra os físicos, para melhor
explicarem tal fenômeno de encurtamento do tempo interior – acentuei. – A
continuar assim, dentro de mais alguns séculos, o homem será chamado a
modificar a sua medida-padrão de tempo; à proporção em que a vida se
espiritualiza na Terra, o tempo se desmaterializa, ou seja: quanto mais o homem
se absorve interiormente, mais as coisas de fora deixam de se lhe constituir em
ponto de referência…
Por este motivo,
quando nos dirigimos aos nossos irmãos encarnados, habitualmente o fazemos sem
noção de relógio e de calendário, pois a vida além da morte é apenas uma
questão de aceleração das partículas que constituem o espaço em que nos
movimentamos no novo corpo que nos abriga… a dimensão espiritual é
caracterizada por uma velocidade e, consequentemente, por um espaço geográfico;
a diferença de velocidade faz com que duas dimensões espaciais coexistam, ou
seja, se interpenetrem; isto modifica antigas concepções da Física, que, é bem
provável, venha, em tempo mais curto que o esperado, colocar a questão da
sobrevivência da alma numa equação matemática…
Futuramente, a
Religião do homem será a Ciência, que, por sua vez, se lhe constituirá na mais
legítima manifestação de Fé!
Acredito nesta última frase, mas o dia do
casamento da Fé com a Ciência ainda está longe, pois o esoterismo ainda está
cheio de misticismo, muitos véus que serviam para ocultar dos não iniciados as
grandes verdades, mas que hoje só servem para nublar nossa percepção… É ainda a
herança dos tempos malditos onde as pessoas eram condenadas por saber demais.
Até que o joio seja efetivamente separado do trigo, ainda teremos a Ciência de
um lado, e a Religião/Fé/Esoterismo do outro. As duas continuarão boas amigas,
eventualmente rolará um sexo sem compromisso, mas tudo escondido da família da
Ciência, que é muito tradicional e preconceituosa.
As coisas não são o que parecem ser. Nem são
qualquer outra coisa.
(Buda, no Lankavatara
Sutra)
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Rayom Ra
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